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Pesquisadores da UnirG têm trabalho aprovado no Experimental Biology 2015, em Boston


20 de Março de 2015



Um dos mais importantes congressos científicos mundiais da área da Biologia terá a participação de pesquisadores do Centro Universitário UnirG. O Experimental Biology 2015 (EB 2015) será realizado de 28 de março a 01 de abril em Boston, Estados Unidos, e pela primeira vez aprovou um trabalho desenvolvido em uma Instituição do Estado do Tocantins. O evento reúne anualmente cerca de 14 mil cientistas e expositores das áreas de Anatomia, Patologia, Nutrição, Bioquímica, Fisiologia e Farmacologia.

 

EB2015Sob a orientação dos professores Dr. Nelson Ogawa e Me. Hidelberto Matos Silva, os alunos de Medicina, Luana Araújo Lopes, Waldir Rocha de Azevedo Neto, e de Farmácia, Priscila Santos e Halbannara Teixeira, fizeram a “Análise dos efeitos da polpa do noni (Morinda citrifolia l.) comparados ao da vitamina C em ratos submetidos ao estresse por restrição de movimento” (Effect of Noni Pulp (Morinda citrifolia l.) and Vitamin C in Rats Subjected to Stress by Restriction of Movement).

  

A pesquisa é parte de uma linha investigativa implantada no Laboratório de Fisiologia da UnirG há cerca de dois anos. “Foram utilizados materiais simples, de baixo custo, mas com rigor científico e boa fundamentação. Trata-se de um estudo 100% desenvolvido na UnirG, genuinamente tocantinense, com a qualidade que um evento de magnitude internacional exige”, afirma o Dr. Nelson Ogawa.    

 

“Esse é um momento muito importante para a Instituição e demonstra o comprometimento dos professores e estudantes envolvidos nesse projeto. Mostra que somos capazes e temos potencial para cumprir a missão do ensino, da pesquisa e da extensão”, afirma a vice-reitora do Centro Universitário UnirG, Me. Janne Marques.

 

Para os acadêmicos, a experiência proporcionada pela pesquisa é um marco na carreira acadêmica. “Fazer pesquisa instiga a nossa curiosidade, abre novas perspectivas e possibilidades. Isso nos estimula e queremos continuar estudando”, afirma Luana Araújo.  

 

O noni tem sido pesquisado na Alemanha, Cuba, Estados Unidos, Itália e Japão, com resultados que evidenciam efeito antiinflamatório, antinociceptivo (redução na capacidade de perceber a dor), hipoglicemiante e/ou anti-hiperglicemiante (evita o aumento da glicemia), ansiolítico e anticancerígeno em modelos animais. Porém, são poucas as pesquisas que investigam o efeito do noni em organismos submetidos a situações de estresse.

 

A pesquisa

 

NoniO noni é rico em vitamina C, superando os teores encontrados na laranja e acerola. No experimento, um grupo de ratos foi tratado com uma dose de vitamina C pura, outro grupo recebeu a polpa de noni contendo a mesma dosagem de vitamina C e os demais grupos receberam apenas água destilada durante 14 dias. Após serem submetidos à situação de estresse, os animais que receberam noni e vitamina C apresentaram níveis de estresse significativamente reduzidos, semelhante ao nível encontrado nos animais controle e, significativamente diferente, do observado em ratos estressados que receberam apenas água destilada.

 

“A vitamina C, por si,  e o noni, reverteram o processo do estresse, mas não podemos afirmar que a vitamina C contida no noni tenha sido responsável por este efeito, uma vez que a polpa do noni possui mais de 100 compostos já identificados, além da vitamina C. Mais estudos serão necessários para avaliar se realmente o noni teria outras substâncias químicas de ação associativa no combate aos mecanismos de estresse”, afirma o estudante Waldir Azevedo.

 

Os resultados servem de alerta para a comunidade acadêmica e para o público em geral sobre o consumo indiscriminado de plantas com fins medicinais. “A ciência ainda não conhece inteiramente todos os efeitos benéficos e os nocivos do noni em seres humanos. A população deve ficar atenta a esses modismos e ter cautela, pois sempre haverá riscos de complicações de efeitos colaterais”, ressalta a acadêmica Luana Lopes.

 

O noni é originário do Sudeste Asiático e Austrália. É um suplemento alimentar atestado pela Organização Mundial de Saúde e, no Brasil, passou a ser consumido por suas possíveis propriedades terapêuticas. As indicações são diversas e o noni é ingerido como sendo uma fruta com “propriedades milagrosas” pela população.

 

“A Anvisa proíbe a comercialização do noni como fitoterápico,e muitas publicações de natureza tendenciosa e sem caráter científico apresentam resultados duvidosos. Os efeitos tóxicos do noni em animais, até o momento, são quase que inteiramente desconhecidos, quanto mais em seres humanos”, finaliza o Dr. Nelson Ogawa.­­­

 

Fotos/internet

 






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