Pesquisadores do OPTTINS retornam à aldeia Boa Esperança, na Ilha do Bananal

Dando continuidade às pesquisas realizadas na Ilha do Bananal, o grupo de pesquisa Observatório de Povos Tradicionais do Tocantins (OPTTINS) coordenado pela  Universidade de Gurupi - UnirG e a Universidade Federal do Tocantins - UFT visitou a aldeia Boa Esperança. A equipe esteve na aldeia nos últimos dias 06 e 07 para dar andamento a pesquisa.

Ao todo 35 pesquisadores da UnirG, Universidade Federal do Tocantins - UFT, Instituto Federal do Tocantins - IFTO e do Centro de Ensino Médio Bom Jesus realizaram trabalhos na aldeia.

Na ocasião, foram realizadas pesquisas de diversas áreas, tais como: Vozes do Passado no presente: a cultura indigena Javaé- Ilha do Bananal é um projeto coordenado pelo professor Valterlan Teixeira Araújo do CEM Bom Jesus; Multi-letramentos: contribuições para manutenção da Língua e Cultura Javaé; Tecendo Saberes Para a Promoção da Educação em Saúde e Desenvolvimento Sustentável em Comunidades Indígenas e Rurais, além da pesquisa Perfil Epidemiológico dos Indígenas Acolhidos na Casa de Apoio à Saúde Indígena no Sul do Estado do Tocantins são coordenadas pela professora da UnirG, Drª Marcilene de Assis A. Araujo.

Além das pesquisas, foram utilizadas oficinas de letramento em linguagens, com o auxílio de instrumentos produzidos a partir dos dados linguísticos que foram obtidos em entrevistas e análises de documentos. Nos dois dias de pesquisa in loco foram atendidos quase 100 estudantes da educação infantil ao ensino médio da Escola Indígena Watakuri , com a promoção de oito oficinas concluídas.

Para a professora e coordenadora do OPTTINS, Drª Marcilene de Assis A. Araujo, “essas ações visam integrar e valorizar os diversos modos de expressão e comunicação do povo Javaé, combinando conhecimentos tradicionais”, disse.

Já é possível ver resultados parciais e bastante positivos das pesquisas de várias dimensões: Educacionais, Culturais, Sociais e Tecnológicas. “Além disso, a pesquisa sobre cultura indígena é uma ferramenta crucial para resistir ao apagamento cultural. Em muitos casos, as comunidades indígenas enfrentam pressões para se assimilarem a culturas dominantes, o que pode levar à perda de suas práticas e tradições. Estudos bem conduzidos fornecem as bases para estratégias eficazes de resistência e revitalização cultural, ajudando a manter vivas essas heranças culturais”, completou.

A coordenadora disse ainda que os resultados parciais são bastante positivos e abrangem dimensões educacionais, culturais, sociais e tecnológicas. Primeiramente, na área de educação bilíngue e multicultural, nossas ações fortaleceram a proficiência linguística nas aldeias da pesquisa, estimulando o bilinguismo e promovendo a valorização da língua indígena. 

“Isso resulta em uma melhoria na qualidade da educação, com currículos mais inclusivos e relevantes, aumentando as chances de sucesso acadêmico dos estudantes e reduzindo as taxas de evasão escolar”, enfatiza a professora Marcilene Araujo.

As pesquisas têm diversas contribuições que vão desde, documentação de tradições à preservação da identidade cultural e linguística que é patrimônio cultural da humanidade. Trabalho vital para garantir que essas culturas, muito ameaçadas, possam perpetuar para futuras gerações. “Estudos bem conduzidos fornecem as bases para estratégias eficazes de resistência e revitalização cultural, ajudando a manter vivas essas heranças culturais”, concluiu a coordenadora do OPTTINS. 

O presidente da Fundação UnirG, Thiago Piñeiro Miranda, e o presidente da Associação de Servidores Administrativos da Fundação UnirG – Asaunirg, Wlater Coelho, também estiveram presentes acompanhando o trabalho dos pesquisadores.

 

(Texto: colaboração da estudante de Jornalismo, Thaís Lira)

(Fotos: arquivo pessoal)