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20 de Maio de 2014
“Chegamos ao limite e temos a responsabilidade de preservar o que ainda existe. Precisamos do Cerrado em pé”, advertiu o Doutor em Arqueologia Pré Histórica, Altair Sales Barbosa, durante a palestra que abriu a programação do V Congresso Científico do Centro Universitário UnirG. O evento começou na manhã de hoje, 20.
Na abertura da palestra, Barbosa abordou a cadeia que envolve a história evolutiva do Cerrado, que é o ambiente mais antigo da história recente e com a maior biodiversidade da Terra. Destacou ainda a complexidade característica desse sistema e a sua relação com o ser humano, além da necessidade da preservação dos recursos que compõem o Cerrado.
Dr. Altair frisou as modificações sociais que influenciam na destruição dos recursos naturais de um sistema tido como irrecuperável. “Ele alcançou o seu clímax evolutivo e não se restaura em sua plenitude. Destruir o Cerrado implica na extinção de vários grupos humanos. São mais de 12 mil espécies de plantas nativas e destas apenas 180 possuem tecnologia para cultivo em viveiros, ou seja, não é possível revertermos os danos causados a um sistema tão particular”.
Para o pesquisador, somente uma mudança radical na forma de utilizar os recursos poderá garantir a sobrevivência do ser humano. “É necessário que o homem conheça o Cerrado e que rompa com o atual modelo político e econômico, ou então, estaremos plantando um futuro sem perspectivas”.
As riquezas típicas do Cerrado ainda não são exploradas de forma adequada, segundo o Dr. Altair. “Podem ser colhidos mais de 300 frutos comestíveis do Cerrado, possibilitando uma atividade econômica que respeite e preserve a vegetação do local”.
O papel das universidades também foi lembrado, ressaltando a importância da difusão do conhecimento que provoque transformação social. “Nós carregamos a voz dos tempos e o tempo vai depender da ação enérgica da nossa voz”.
Segundo Barbosa, as dimensões econômicas e políticas que geram a saída forçada do homem do campo para as áreas urbanas, resultam em prejuízos na socialização do ser humano no seio familiar. “Isto significa a transformação do homem de argila bruta em estátua bonita. Mas esse papel está sendo transferido para outros como a escola e a igreja, que não estão cumprindo esta finalidade. Por fim, os meios de comunicação de massa ganham espaço e se encarregam de destruir a estrutura familiar".
Tudo isso, conforme o professor, gera a falta de perspectivas e, consequentemente, o aumento da violência e o surgimento de “cabeças desestruturadas”. “A sociedade mudou, precisamos investigar outras dimensões e lidar com essas cabeças desestruturadas, que são incapazes de contribuir para um mundo mais digno”, finalizou.
O V Congresso Científico do Centro Universitário UnirG segue até quinta-feira, 22, no Centro Administrativo da UnirG. A programação completa pode ser acessada no site www.congresso2014.unirg.edu.br