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Adolescentes podem colocar DIU gratuitamente participando de pesquisa em Gurupi


30 de Setembro de 2021



Jovens com até 19 anos podem colocar um dispositivo intrauterino (DIU) gratuitamente, participando de uma pesquisa desenvolvida pela médica ginecologista e professora da Universidade de Gurupi, Ma. Fabiana Cândida. O DIU é um pequeno objeto de plástico em formato de T inserido no útero, e é considerado um método de alta eficácia anticonceptiva, importante na prevenção e redução da gravidez precoce e na morbimortalidade materna.

A pesquisa é parte do Doutorado que Fabiana cursa no Centro de Pesquisas em Saúde Reprodutiva da Universidade de Campinas (Unicamp). Serão atendidas 318 adolescentes que desejam colocar o DIU, em Gurupi (TO) e em Campinas (SP).

As voluntárias poderão receber um dos três tipos de dispositivo: o com cobre, que já oferecido gratuitamente no SUS, ou ainda o DIU Mirena® ou DIU Kyleena®, ambos disponíveis somente na rede particular.

“A adolescente interessada não poderá escolher qual o tipo de DIU deseja colocar, pois isso é feito mediante um sorteio. Essa é uma etapa importante, que irá dar maior confiabilidade na pesquisa, por se tratar de um estudo randomizado parcialmente cego. Após a inserção do DIU a voluntária irá responder a um questionário e também será informada sobre qual o DIU foi colocado”, disse a pesquisadora.

Para participar, a jovem deve ter vida sexual ativa e não pode estar grávida. Mulheres que já tiveram filhos podem colocar o DIU 40 dias após o parto.

O estudo pretende avaliar o nível de dor e de facilidade de inserção. Até um ano após a colocação do DIU, as voluntárias receberão acompanhamento para avaliar a eficácia do método.  

Vantagens

A médica Fabiana Cândida explica que, em relação a outros métodos, o DIU apresenta benefícios.  “Os contraceptivos de longa duração, como o DIU, têm a vantagem de manter a sua eficácia independente da participação da usuária. É diferente da pílula contraceptiva, da injeção ou do preservativo, em que é necessário que a jovem lembre e queira usá-los quando necessário”, explica.

No Brasil, o DIU com cobre, também chamado de não-hormonal, é um dos mais conhecidos, e possui eficácia de até 10 anos. O Mirena® e o Kyleena® possuem um mecanismo de ação diferente e liberam pequenas doses de hormônio diariamente, e podem ser usados por até cinco anos.

O método é considerado seguro e seu uso é estimulado pelas principais instituições de saúde, como o American College of Obstetricians and Gynecologists, a Academia Americana de Pediatria, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças e pela Sociedade de Planejamento Familiar.

O atendimento pode ser agendado no Ambulatório da UnirG, pelo telefone (63) 3612-7640, ou pessoalmente na Avenida Bahia, entre as ruas 3 e 4.

De acordo com o Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UnirG, Dr. Fábio Pegoraro, estudos dessa natureza são de grande relevância para a Universidade e para a comunidade. “É papel da universidade produzir e difundir o conhecimento que tenha relevância social. Estamos trabalhando para a construção de políticas de apoio para que mais pesquisadores possam desenvolver projetos”, disse. 

Mitos e verdades

De acordo com Fabiana, muitos mitos ainda cercam o uso do DIU, o que diminui a adesão da população feminina.  Veja alguns dos principais mitos e verdades:

 

MITOS
-  A inserção do DIU  sempre provoca dor

- Para inserir o DIU, a mulher precisa estar no período menstrual

- Após a colocação do DIU a mulher precisa manter repouso

- Para colocar o DIU é necessário fazer um exame de ultrassom do útero.

 

VERDADE

-  Para colocar o DIU a mulher deve ter vida sexual ativa e não pode estar grávida.

 - O uso do DIU não previne contra doenças sexualmente transmissíveis.

- Para inserir o DIU a mulher não precisa ser anestesiada.

- O DIU pode ser retirado em qualquer momento, conforme do desejo da mulher.

 

Redação: Meiry Bezerra






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