O luto, mesmo com diferentes nomes, é um sentir e reagir universal e não restrito à morte, mas as diferentes perdas vivenciadas pelo ser humano em seu existir. Cada pessoa reage sobre as perdas de forma distinta, algumas com mais resiliência, em outras situações tornam o processo mais complexo, como as mortes violentas, jovens ou repentinas.
Durante a infância, a morte e a forma como a perda de alguém querido é experienciada pela criança poderão ter forte impacto no seu desenvolvimento psíquico. Essa separação é um exercício de reconstrução penoso, em que a criança terá de lidar com a dor da ausência provocada pelo falecimento.
Pensando nisso, a coordenadora de estágio de Psicologia da Universidade de Gurupi - UnirG, Drª Ellen Fernanda Klinger, resolveu investigar o assunto, estudando um grupo de crianças enlutadas, atendidas pelo Serviço Escola de Psicologia da UnirG (Sepsi). A pesquisa foi o foco do curso de Doutorado em Psicologia na Pontifícia Universidade Católica de Goiás - PUC/GO, defendida recentemente com a tese "A Criança e a Morte: a expressão das perdas e conflitos por meio dos contos de fadas".
O tema se mostra relevante, analisando o atual cenário mundial com registro de milhões de perdas. “É preciso considerar que até o mês de abril de 2021, foram registradas mais de três milhões de mortes no mundo, das quais acima de 395 mil ocorreram no Brasil. Portanto, é inconteste que seja recorrente nas discussões acadêmicas e profissionais falar das perdas e do luto pelas vidas perdidas, dos afastamentos, dos isolamentos, das rotinas desfeitas, das dificuldades financeiras e, sobretudo, das emocionais, em razão do crescimento da demanda", completou.
Redação: Giselli Raffi
Revisão: Meiry Bezerra
Fotos: arquivo Sepsi / divulgação - tiradas antes da Pandemia