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Como as fake news prejudicam a sociedade durante uma pandemia


24 de Abril de 2020



Receitas de remédios milagrosos, mensagens com links para promoções, ou áudios e fotos de procedência incerta chegam todos os dias para milhares de usuários de aplicativos de mensagens ou de outras mídias sociais. A disseminação descontrolada dessas informações falsas, principalmente durante a pandemina do novo Coronavírus, chamam a atenção para a importância de estar atento ao conteúdo que é compartilhado. Os prejuízos dessa prática para toda a sociedade são muitos e podem, inclusive, colocar a vida de pessoas em risco. O alerta é feito pela professora do curso de Jornalismo da Universidade de Gurupi, Marina Parreira Barros Bitar, jornalista e mestra em Comunicação e Sociedade. Nessa entrevista, ela também explica como identificar e evitar que a “desinformação” seja compartilhada.  - O que é uma fake news? Ainda não há um consenso entre os pesquisadores da área quanto ao uso desse termo. Fake news é uma expressão de língua inglesa que significa notícias falsas. O que muitos pesquisadores questionam é o fato de que se um texto é noticioso ele não pode ser falso e, caso não seja verdadeiro, não é uma notícia. A forma correta de falar sobre esse assunto seria chamar de Desinformação, que é o que esse tipo de informação falsa causa em quem acredita, divulga e compartilha. - Mesmo sem esse consenso, por que é um termo tão utilizado nos últimos anos? O fato é que, com as eleições norte-americanas em 2016, esse termo começou a ser utilizado por muitas pessoas, e ficou mais popular aqui no Brasil durante as eleições de 2018. Em 2016, por exemplo, a palavra pós-verdade foi eleita a palavra do ano, segundo o Dicionário Oxford. O termo “se relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais”. Ou seja, essa palavra surgiu em um contexto de debate político, em meio às eleições, e é usada por pesquisadores e especialistas que perceberam que a verdade está perdendo importância. - É possível dizer quando elas surgiram? Resumidamente, as fake news sempre existiram. Eram os boatos e mentiras contados por todo canto. O problema é que esse termo surge no contexto da internet e das redes sociais, em que um boato e uma mentira são disseminados de forma rápida e instantânea, o que faz com que mais pessoas sejam alcançadas pela desinformação, causando um enorme estrago. É importante ressaltar que elas não aparecem apenas em forma de textos, mas também de imagens descontextualizadas e vídeos manipulados. Muitos sites de checagem de fatos, que se debruçam para apurar essas informações evitam chamá-las de fake news. Por isso, o termo correto seria desinformação ou informação falsa. -Que prejuízos a divulgação de uma fake news pode gerar para a sociedade? No contexto atual de pandemia, por exemplo, pode levar pessoas a consumirem medicamentos “milagrosos” sem comprovação científica ou terem algum hábito não-saudável disseminado por informações falsas. Muitas dessas mentiras são propagadas por aplicativos de mensagens instantâneas, como o Whastapp, e redes sociais, o que torna difícil a localização de quem soltou tal informação na rede. Uma sociedade mal informada não vai conseguir se engajar para seguir comportamentos adequados de prevenção ao Coronavírus. Em situações extremas, as informações falsas divulgadas pela internet podem levar à violência e à morte de pessoas. Em 2014, em Guarujá, São Paulo, uma mulher foi espancada até a morte depois de um boato ser compartilhado nas redes sociais (leia aqui). Por isso é importante que as pessoas saibam que tudo o que elas publicam, divulgam ou compartilham na internet tem influência sobre a vida de outras pessoas. Você é responsável pela informação falsa que compartilha. Na dúvida, não passe para frente. -Nos últimos meses as notícias sobre saúde ganharam maior espaço nos noticiários, assim também como a divulgação de fake news sobre assuntos relacionados ao Coronavírus. O que o público pode fazer para não ser enganado? Estamos em um momento complicado, em que as pessoas estão desesperadas atrás de informações confiáveis e, por isso, muitas vezes acabam acreditando em qualquer coisa que recebem via whatsapp, principalmente se for algo que confirma suas crenças e valores, ou alguma mensagem enviada por pessoas próximas. Poucas pessoas checam a veracidade das informações. Por isso os jornalistas profissionais são tão importantes nesse momento. São os veículos jornalísticos e os jornalistas que buscam os fatos, dados e informações, baseados em fontes confiáveis, e divulgam para a população. - Como identificar uma informação falsa? 1)      O primeiro passo é desconfiar de informações sensacionalistas, com textos absurdos, que causam surpresa ou repulsa, e títulos alarmistas. Na maioria das vezes, esse tipo de informação não é verdadeiro. 2)      Diante de qualquer informação pare e pense. Desconfie, não acredite de primeira e nem compartilhe a informação antes de checar se ela é verdadeira. 3)      A informação que você recebeu tem fontes, links e cita documentos oficiais? Para checar, coloque no Google essas informações e verifique se elas existem ou se outros veículos também publicaram. Se o texto que você recebeu não diz de onde vieram as informações que ele afirma, provavelmente é um texto falso. 4)      O texto mostra algum veículo da imprensa como o autor da notícia? Entre no site original do veículo e verifique se a notícia foi mesmo produzida pelo veículo. Muitas vezes se trata de uma montagem. 5)      O mais importante: busque orientações em fontes oficiais como a Organização Mundial da Saúde, o Ministério da Saúde e as secretarias de estado e município. Recebeu uma informação por whatsapp e não sabe se é verdade? Vá nas redes sociais e sites desses órgãos e veja se eles estão falando sobre o assunto. 6)      Siga perfis de médicos, pesquisadores e outros divulgadores científicos de confiança. Tem muito conteúdo de qualidade na internet. Uma dica é seguir a Sociedade Brasileira de Infectologia nas redes sociais, por exemplo. 7)      Não conseguiu checar as informações recebidas? Na dúvida, não compartilhe. Deixo aqui também alguns sites que fazem a checagem de boatos e de desinformação que circulam pela internet. Se receber alguma corrente no Whatsapp ou qualquer outra informação que deixe você em dúvia, confira se já foram verificados por esses sites: E-farsas - www.e-farsas.com Boatos.org - www.boatos.org Fato ou Fake - https://g1.globo.com/fato-ou-fake/ Aos Fatos - https://aosfatos.org/ Agência Lupa - https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/ Estadão Verifica - https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/   Foto: arquivo pessoal





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